25 de outubro de 2011

“A busca pelo Instantâneo”

Não sei se com vocês acontece o mesmo, mas o que percebo é que cada vez mais as pessoas buscam o instantâneo. A definição de Instantâneo no dicionário é:

instantâneo
ins.tan.tâ.neo
adj (lat med instantaneu) 1 Que sucede num instante; rápido, súbito. 2 Que ocorre ou está presente em um determinado instante; momentâneo. 3 Que se produz repentinamente:Morte instantânea. sm Fot Nome da fotografia que se tira com câmara de exposição rápida, que não dura senão uma fração de segundo.

Mas afinal porque a sociedade moderna vive nesta busca desenfreada pelo instantâneo, pelo rápido, pelo fácil, pelo momentâneo?

Comecei a fazer uma verdadeira viagem ao passado, e as lembranças começaram a vir como numa verdadeira efervescência de sentimentos, precisei pegar um papel para anotar, pois senão me perderia naquelas lembranças gostosas. Depois deste turbilhão de emoção e saudosismo resolvi escrever sobre tais lembranças:

  • A carta:

Se pararmos para pensar em como era nossa comunicação com familiares e amigos, o recebimento de uma carta poderia ser motivo de muita alegria, ou também de muita tristeza, era o momento de reunir toda a família para que juntos todos pudessem ouví-la. Talvez fosse a maneira mais fácil, de se ter notícias de familiares e amigos que moravam em lugares tão remotos. E agora me vem a mente uma expressão lá das Minas ...” o lugar é tão longe que Judas lá perdeu foi as meias, pois as botas ficaram bem atrás... “ dito popular pra dizer que um determinado lugar é muito longe. Mas dito deixado de lado e você a quanto tempo não escreve uma carta ?

  • A fotografia :

Pessoal vocês já pararam para pensar em como eram esperadas as fotos de um almoço de natal, batizado, casamento? Não que hoje não sejam esperadas, mas hoje estamos rodeados de câmeras digitais (Instantâneas) se não gostar deleta e tira outra. E quem diria que celulares além de ligações, também teriam vários recursos como um deles a fotografia. Mas voltando ao passado a espera era talvez um mix de angústia e entusiasmo, pois afinal você não sabia quais eram as fotos que teria, quais seriam os resultados de tantas poses, locais que achou bonito, que foram marcantes. E já ocorreu em algumas dessas suas experiências fotográficas, não sair nenhuma foto ? Como isso era comum, e muitas vezes tínhamos de nos conformar somente com as nossas memórias e postais de tal lugar visitado.

Bom como o título do nosso blog é dentro do moderno tem o antigo, não poderia deixar de citar aqui tais lembranças, pois foram algo tão forte em minha infância, que por isso resolvi escrever. Não que hoje não tenha valor receber uma fotografia, mas talvez a espera pelos resultados, a expectativa eram outras.

Talvez seja meio romantismo demais mas confesso que com essa evolução a que estamos mergulhados, percebo que temos perdido a busca pela simplicidade, pela essência, pelo belo. Vivemos correndo atrás de tantas coisas que às vezes quando nos perguntam que cor é o prédio do lado do seu você simplesmente não sabe, o que comeu no almoço muito menos. A vida não é para ser vivida assim pois passa muito rápida, para a jogarmos fora dessa maneira e o cotidiano vivido dessa maneira vai ficando além de pesado, sem cor, sem graça, sem aquele gosto de infância e sabor de algodão doce. Evoluir não é ruim é preciso saber fazer escolhas para que viver valha a pena todos os dias, e às vezes requer coragem para deixar de carregar muita coisa que está pesada.

O melhor de nós mesmos

Em 2005 na Dinamarca vivia um executivo de sucesso. Este homem de carreira brilhante e recém casado vivia feliz com sua esposa em uma pequena cidade do interior.

Depois de 2 anos de casamento sua esposa estava grávida de um menino. Logo, cheios de alegria começaram com os preparativos para a chegada da criança. A felicidade tomava conta daquela casa. E eis que um pequeno menino de olhos azuis nasce.

Todas as atenções estavam voltadas para ele. Foram 3 anos de uma infância cercada de amor e carinho. Até que seus pais notaram comportamentos estranhos e então decidiram consultar um médico.

O menino recebeu o diagnóstico de ASD ( Autistic Spectr

um Disorder). O autismo é uma condição cerebral c

aracterizada por deficiências em atividades sociais e comunicação, bem como restrito e repetitivo comportamento. Esta disordem também transmite talentos, tais como: foco excepcional, impressionante poder além de concentração e memória fora do comum. De acordo com pesquisas, existem indícios de que vários gênios da humanidade, podem ter sofrido de um tipo de ASD chamado sindrome de Asperger.

Daquele momento em diante a vida deste grande executivo mudaria completamente, pois ele decidiu abandonar sua carreira para cuidar de seu filho.

Em uma tarde de inverno o garoto já com sete anos reproduz de forma impressionante o mapa da europa com todas as coordenadas geográficas usando apenas a memória. Ao ver aquele desenho o seu pai recorda que mostrara este mesmo desenho de um livro durante uma visita a seu irmão a cerca de uma semana atrás.

Naquele instante o seu pai decide abrir uma empresa para que através dela pudesse ajudar não apenas a seu filho, mas também a várias famílias que não viam oportunidades para seus filhos com autismo.

Com forte experiência em tecnologia e desenvolvimento de software, seu pai decide investir em teste de software. Explorando assim a habilidade excepcional de concentração e a facilidade com trabalhos repetitivos que os portadores de autismo possuem.

Cerca de 3 anos mais tarde a empresa já consegue um faturamento anual de 1,5 milhão de euros e conquista importantes clientes tais como LEGO, Microsoft e Oracle.

Esta história de sucesso mostra-nos que o melhor caminho é identificar aquilo que as pessoas tem de melhor, potencializando o que elas tem de bom e não tentar corrigir aquilo que não é tão bom assim. Quando as pessoas são valorizadas, elas tendem a dar o melhor em suas atividades e com isso temos um aumento expressivo na qualidade dos bens e serviços gerados.

Texto baseado no estudo de caso 9-608-109 – Harvard Business School – Fevereiro / 2008

A Educação do Futuro

Nos últimos anos, surgiu a onda dos Tablets: aparelhos finos, de aparência frágil e que muitos olham desconfiados. Muitos não veem tanta utilidade no aparelho pelo fato de tantos outros terem funcionalidades similares e até melhores, como os Netbooks.

Porém, parece que finalmente encontraram um uso que realmente fará diferença.

Recentemente a universidade Estácio de Sá divulgou que planeja substituir, gradualmente, todo o material didático dos alunos por... Tablets!

Quem poderia imaginar que seriam substituídos nosso velho material escolar pelos tablets. Voltamos aqui ao saudosismo, início de ano era uma verdadeira festa, passávamos tardes inteiras com minha mãe para organizarmos nossos cadernos, livros, encapar tudo colocar nome, e pensar que aquela era a parte mais gostosa porque depois durante todo o ano sentiríamos o peso de tudo aquilo em nossa mochila.

É claro que existem dois lados como em tudo na vida, o lado positivo: pela economia de papel e dinheiro, que depois de passado aquele ano letivo, certamente este material apostilado, cadernos ficam empilhados em algum quanto da casa. O lado negativo a meu ver, é que as memórias estão ficando cada vez mais digitais e perdendo um pouco a identidade de cada um. Quero deixar claro que não sou contra a evolução, mas tais mudanças precisam ser pensadas. Também teremos problemas com o descarte da mesma maneira, pois com o passar dos anos os tablets ficarão mais modernos e o que fazer com o que temos em casa? Chegará um momento em que não saberemos onde colocar todo esse lixo eletrônico, é por isso que precisamos ter um consumo inteligente. Ás vezes é melhor esperar um tempo maior do que comprar algo logo quando é lançado, pois com o passar dos meses tais aparelhos só melhoram . Aí sim estaremos fazendo uma compra inteligente porque tal aparelho nos atenderá por mais tempo e estaremos ainda contribuindo com o meio ambiente. E isso também é educação e consciência ecológica com o mundo em que vivemos, pois afinal nosso assunto começou com o tema Educação do Futuro.

24 de outubro de 2011


O que queremos das “novas tecnologias”?

Uma das frases que mais ouço em discussões sobre novas tecnologias é "...a tecnologia deve ser utilizada como ferramenta para aprimorar o conhecimento..."

Procurando no dicionário o significado da palavra encontro:

Ferramenta s.f. utensílio que auxilia a execução de um trabalho artesanal ou mecânico
2 p.ext qualquer instrumento necessário à prática profissional
3. fig. meio para alcançar um resultado

Me lembro então do meu pai e sua caixa de ferramentas.
Tradição de família, pois meu avô paterno era mestre de obras, a caixa de ferramentas estava sempre à mão para solucionar um problema.
Na mão do meu pai funcionavam muito bem, na minha e na de minhas irmãs nunca dava certo.

Quando reclamávamos ele dizia, bravo “É claro, você usou de qualquer jeito.
Uma ferramenta na mão de quem não sabe usá-la não é nada. Como é que você usou?"
E parava, mostrava como era, e praticando, a gente aprendia. 
Mas o que tem a ver caixa de ferramentas e  novas tecnologias?
Pensamento, prática, e bom senso.
Personificamos as “novas tecnologias”, transformando-as no sujeito oculto da sociedade moderna.
Achávamos que as “novas tecnologias” resolveriam todos os problemas.
Como as pobres não deram conta, passamos a de culpá-las pelos estragos das mudanças de comportamento, principalmente da família.
Aceitamos o “você precisa muito” dos amigos, da mídia, do mercado sem parar, observar, refletir.
Para que servem dentro do meu ambiente?
Sim, saber que existem as “novas tecnologias”,  afinal faço parte de um mundo que se movimenta, se transforma.
Mas se são ferramentas, preciso ter consciência de que a mesma ferramenta pode ter vários utilidades e dependendo das mãos de quem dela faz uso, pode ir de uma solução até uma arma.
Daí importância da prática, que  nos mostra o uso adequado das “novas tecnologias” para cada necessidade.
Não me refiro ao que dizem, mas a um questionamento pessoal.
Deixar de simplesmente aceitar que “preciso muito”, “minha família precisa muito”
Entender os significados da palavra ferramenta: 
 “utensílio... instrumento...meio”
Ponte!
Ponte de transição e passagem entre o antigo e o moderno.

23 de outubro de 2011

História da internet

Introdução

A rede mundial de computadores, ou Internet, surgiu em plena Guerra Fria. Criada com objetivos militares, seria uma das formas das forças armadas norte-americanas de manter as comunicações em caso de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de telecomunicações. Nas décadas de 1970 e 1980, além de ser utilizada para fins militares, a Internet também foi um importante meio de comunicação acadêmico. Estudantes e professores universitários, principalmente dos EUA, trocavam idéias, mensagens e descobertas pelas linhas da rede mundial.

Desenvolvimento da Internet

Foi somente no ano de 1990 que a Internet começou a alcançar a população em geral. Neste ano, o engenheiro inglês Tim Bernes-Lee desenvolveu a World Wide Web, possibilitando a utilização de uma interface gráfica e a criação de sites mais dinâmicos e visualmente interessantes. A partir deste momento, a Internet cresceu em ritmo acelerado. Muitos dizem, que foi a maior criação tecnológica, depois da televisão na década de 1950.

A década de 1990 tornou-se a era de expansão da Internet. Para facilitar a navegação pela Internet, surgiram vários navegadores (browsers) como, por exemplo, o Internet Explorer da Microsoft e o Netscape Navigator.O surgimento acelerado de provedores de acesso e portais de serviços on line contribuíram para este crescimento. A Internet passou a ser utilizada por vários segmentos sociais. Os estudantes passaram a buscas informações para pesquisas escolares, enquanto jovens utilizavam para a pura diversão em sites de games. As salas de chat tornaram-se pontos de encontro para um bate-papo virtual a qualquer momento. Desempregados iniciaram a busca de empregos através de sites de agências de empregos ou enviando currículos por e-mail. As empresas descobriram na Internet um excelente caminho para melhorar seus lucros e as vendas on line dispararam, transformando a Internet em verdadeiros shopping centers virtuais.

Nos dias atuais, é impossível pensar no mundo sem a Internet. Ela tomou parte dos lares de pessoas do mundo todo. Estar conectado a rede mundial passou a ser uma necessidade de extrema importância. A Internet também está presente nas escolas, faculdades, empresas e diversos locais, possibilitando acesso as informações e notícias do mundo em apenas um click.

A febre das redes sociais

A partir de 2006, começou uma nova era na Internet com o avanço das redes sociais. Pioneiro, o Orkut ganhou a preferência dos brasileiros. Nos anos seguintes surgiram outras redes sociais como, por exemplo, o Facebook e o Twitter.


Atualmente tudo muda tão rápido que perdemos a noção de como eram. Nossos equipamentos tecnológicos acompanham as novas necessidades sem darmos conta. O rádio acompanhou a evolução tecnológica de maneira surpreendente, temos rádio em vários eletrônicos e usufruímos dele em qualquer lugar.Conheçam um pouco a história desse objeto tão presente em nossas vidas!!

As Raízes da Rádio

Durante a década de 1860, o físico escocês, James Clerk Maxwell previu a existência de ondas de rádio, e em 1886, o físico alemão, Heinrich Rudolph Hertz demonstrou que as variações rápidas de corrente elétrica pode ser projetada para o espaço na forma de ondas de rádio semelhantes aos da luz e calor.

Em 1866, Malom Loomis , um dentista americano, demonstrou com sucesso a "telegrafia sem fio". Loomis foi capaz de fazer um medidor conectado a uma pipa causar um outro para se mover, marcando o primeiro exemplo conhecido de comunicação aérea sem fio.

Guglielmo Marconi

Guglielmo Marconi , um inventor italiano, provou a viabilidade de comunicação de rádio. Ele enviou e recebeu seu primeiro sinal de rádio na Itália em 1895. Em 1899 ele mostrou o primeiro sinal sem fio através do Canal Inglês e dois anos mais tarde recebeu a letra "S", telegrafou da Inglaterra para a Terra Nova. Esta foi a mensagem radiotelegráfico transatlântico primeiro sucesso em 1902.

Nikola Tesla

Além de Marconi, dois de seus contemporâneos Nikola Tesla e Nathan Stufflefield tirou patentes de transmissores de rádio sem fio. Nikola Tesla é agora creditado como sendo a primeira pessoa a tecnologia de rádio de patente, a Suprema Corte derrubou a patente de Marconi em 1943, em favor de Tesla.

Crescimento da Radio - Transmissores de Rádio Telegráfica e Spark Gap-

Radiotelegrafia é o envio por ondas de rádio a mensagem ponto-traço mesmo (código Morse) usado em um telégrafo . Transmissores naquela época eram chamados de centelha-gap máquinas. Ele foi desenvolvido principalmente para o navio-terra e navio-navio de comunicação. Esta foi uma forma de comunicação entre dois pontos, no entanto, não foi de radiodifusão pública como a conhecemos hoje.

Os sinais sem fios provaram ser eficazes na comunicação para o trabalho de resgate quando um desastre marítimo ocorrido. Um número de transatlânticos instalados equipamentos sem fio. Em 1899 o Exército dos Estados Unidos estabeleceu comunicações sem fio com um farol off Fire Island, New York. Dois anos depois, a Marinha adotou um sistema sem fio. Até então, a Marinha tinha vindo a utilizar a sinalização visual e pombos-correio para comunicação.

Em 1901, foi instituído serviço radiotelegráfico entre cinco ilhas havaianas. Em 1903, uma estação Marconi localizado em Wellfleet, Massachusetts, levou a uma troca de cumprimentos entre o presidente ou Theodore Roosevelt e King Edward VII. Em 1905, a batalha naval de Port Arthur na guerra russo-japonesa foi relatado por wireless, e em 1906, o Escritório de Meteorologia EUA experimentou radiotelegrafia para acelerar aviso de condições meteorológicas.

Em 1909, Robert E. Peary, explorador do Ártico, radiotelegraphed: "Achei o Pólo". Em 1910 Marconi abriu regulares americano-europeu serviço radiotelegráfico, que alguns meses mais tarde, permitiu que um assassino escapou britânico para ser apreendido em alto-mar. Em 1912, o primeiro transpacífico radiotelegráfico serviço ligado San Francisco com o Havaí.

21 de outubro de 2011

Querelas do Brasil
( Letra: Aldir Blanc / Música: Maurício Tapajós
Intérprete: Elis Regina )

O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
Tapir, jabuti, liana, alamanda, ali alaúde
Piau, ururau, aqui ataúde
Piá-carioca, porecramecrã
Jobim akarone Jobim-açu
Uou, uou, uou

Pererê, camará, tororó, olererê
Piriri, ratatá, karatê, olará

O Brazil não merece o Brasil
O Brazil tá matando o Brasil

Jereba, saci, caandrades
Cunhãs, ariranha, aranha
Sertões, Guimarães, bachianas, águas
E Marionaíma, ariraribóia,
Na aura das mãos de Jobim-açu
Uou, uou, uou

Jererê, sarará, cururu, olerê
Blablablá, bafafá, sururu, olará
Do Brasil, S.O.S ao Brasil
Do Brasil, S.O.S ao Brasil
Do Brasil, S.O.S ao Brasil

Tinhorão, urutu, sucuri
Ujobim, sabiá, bem-te-vi
Cabuçu, Cordovil, Caxambi, olerê
Madureira, Olaria e Bangu, olará
Cascadura, Água Santa, Acari, olerê
Ipanema e Nova Iguaçu, olará
Do Brasil, S.O.S ao Brasil
Do Brasil, S.O.S ao Brasil

( Fonte: www.webletras.com.br )
Conclusão:
Por: Simone Maria de Lima

Podemos concluir que, de acordo com a análise apresentada sobre os nomes na música: "Querelas do Brasil" ( 1.980 - Letra: Aldir Blanc; Música: Maurício Tapajós; Intérprete: Elis Regina ), os contextos: social, histórico, político, econômico e cultural exercem importante influência na designação dos nomes e na motivação dos designativos por parte do autor da letra, que dá ao topônimo uma carga ideológica e a sua crítica perante a sua insatisfação com a realidade, baseada na sua visão de mundo; o topônimo passa a ter um novo significado, não apenas o significado lexical encontrado nos dicionários.
Por meio da onomástica, podemos analisar os nomes próprios, sua origem e sua evolução ao longo do tempo através de uma dinâmica em que estão intrisicamente ligadas a evolução da língua e o referencial adotado na escolha do nome.
Neologismos na música “Querelas do Brasil”
Por: Simone Maria de Lima

O autor, Aldir Blanc, utilizou-se dos neologismos para inventar, criar novos nomes, com a função de homenagear autores importantes para a cultura brasileira, com o intuito de recuperar as riquezas culturais do país. Os topônimos designados pelo autor são:

Jobim-açu: o Grande(açu) Jobim, referindo-se ao maestro Tom Jobim.

Caandrades: o grande poeta Carlos Drummond de Andrade.

Marionaíma: o grande escritor Mário de Andrade e sua obra: “Macunaíma”.

Na criação de tais nomes / topônimos, o autor valeu-se de composições inventivas, parecidas sonoramente com línguas indígenas, sendo que em Jobim-açu, o posfixo açu é de origem indígena, tupi, para designar grande, maior.
A motivação lexical é empregada de maneira eufórica, onde os designativos são positivos, há uma reflexão sobre a cultura e a língua, o objeto designado tem um grau significativo para a cultura brasileira e o indivíduo, o autor, o nomeou da forma que achou mais interessante para o grupo humano, no caso, o povo brasileiro.
Topônimos de origem tupi:
( ordem em que os topônimos aparecem na letra da música “Querelas do Brasil” (1980 )


1. Tapir / Tapira: anta.
2. Jabuti: réptil quelônio; Yabutil: povo indígena de língua isolada, e que habitava a margem esquerda do Rio Branco (RO).
3. Piau / Piaba: pele manchada.
4. Ururau: jacaré-de-papo-amarelo.
5. Piá: índio jovem; menino.
6. Carioca: casa do branco; natural ou habitante da cidade do Rio de Janeiro.
7. Açu: grande.
8. Camará / Cambará: arbusto ornamental.
9. Tororó/ Mororó: "conversa fiada"; aparado em excesso.
10. Piriri: arbusto; diarréia.
11. Jereba: o que se revira; animal ruim de montaria, magro e/ou fraco; indivíduo desajeitado ou desleixado.
12. Saci: popular entidade fantástica do Brasil, negrinho de uma só perna, de cachimbo e com barrete vermelho (fonte, este último, de seus poderes mágicos). E que, consoante a crença popular, persegue os viajantes ou lhes arma ciladas pelo caminho; saci-cererê, saci-pererê, matimpererê, martim-pererê, matintapereira, matintaperereca e matintaperê).
13. Cunhãs: mulheres.
14. Ariranha: mamífero carnívoro, conhecido como onça d'água.
15. Ariraribóia: cobra arara.
16. Jererê/ Jereré: rede para pesca de pequenos peixes, siris, camarões.
17. Sarará: que tem pelos ruivos; cor alourada ou arruivada do cabelo muito crespo característico de certos mulatos.
18. Cururu: sapo.
19. Tinhorão: tajá amargo; erva ornamental; ará, tajurá e tajá.
20. Urutu: ofídio; cobra venenosíssima.
21. Sucuri: cobra, chega à 10,0m. de comprimento, vive na água, rios e lagos, alimenta-se de peixes, aves e mamíferos, que engole após triturar-lhes os ossos por compressão muscular.
22. Sabiá: espécie de ave.
23. Cabuçu/ Cabussu: tatu de rabo mole.
24. Acari: peixe, cascudo.
25. Ipanema: lago fedorento, água imprestável.
26. Iguaçu: rio grande; água grande.


l Akarone/Akarore: significado não encontrado e/ou definido em dicionário, embora pareça de origem indígena.
l Bem-te-vi: o mesmo que pituã (origem tupi), "triste vida".

l Porecramecrã: (topônimo indígena), indivíduo dos porecramecras [Porekramekra], povo indígena extinto, da família lingüística timbira, tronco makro-jê, que habitava as margens do rio Tocantins (MA e TO).

l Ujobim: (topônimo indígena) ref. Cajobim, espécie de galinha.



Os topônimos de origem tupi, na canção “Querelas do Brasil” (1980- Aldir Blanc e Maurício Tapajós) podem ser classificados, na sua maioria, conforme o seu significado lexical, como: fitotopônimos (designativos dados em função da flora), híbridos (junção de designativos de origens diversas) e zootopônimos (designativos dados em função da fauna).

Os nomes na música: "Querelas do Brasil" ( 1.980 - Letra: Aldir Blanc; Música: Maurício Tapajós; Intérprete: Elis Regina )

Análise dos nomes na música: "Querelas do Brasil" ( 1.980 - Letra: Aldir Blanc; Música: Maurício Tapajós; Intérprete: Elis Regina )
Por: Simone Maria de Lima


Querelas do Brasil
( Letra: Aldir Blanc / Música: Maurício Tapajós
Intérprete: Elis Regina )
O Brasil nunca foi ao BrazilTapir, jabuti, liana, alamanda, ali alaúdePiau, ururau, aqui ataúdePiá-carioca, porecramecrãJobim akarone Jobim-açu
Uou, uou, uouPererê, camará, tororó, olererêPiriri, ratatá, karatê, olaráO Brazil não merece o BrasilO Brazil tá matando o Brasil
Jereba, saci, caandradesCunhãs, ariranha, aranhaSertões, Guimarães, bachianas, águasE Marionaíma, ariraribóia,Na aura das mãos de Jobim-açuUou, uou, uouJererê, sarará, cururu, olerêBlablablá, bafafá, sururu, olaráDo Brasil, S.O.S ao BrasilDo Brasil, S.O.S ao BrasilDo Brasil, S.O.S ao BrasilTinhorão, urutu, sucuriUjobim, sabiá, bem-te-viCabuçu, Cordovil, Caxambi, olerêMadureira, Olaria e Bangu, olaráCascadura, Água Santa, Acari, olerêIpanema e Nova Iguaçu, olaráDo Brasil, S.O.S ao BrasilDo Brasil, S.O.S ao Brasil


( Fonte: www.webletras.com.br )



“ O topônimo não é algo estranho ou alheio ao contexto histórico-político da comunidade. Sua carga significativa guarda estreita ligação com o solo, o clima, a vegetação abundante ou pobre e as próprias feições culturais de uma região em suas diversas manifestações de vida”. (DICK,1990)


Traçando-se um paralelo desta citação, (DICK,1990), com a letra da música; “Querelas do Brasil”, pode-se depreender que o contexto histórico, no qual a letra da música está inserida, constitui um importante fator de análise na denominação de cada nome, corpus/objeto, presente nela.

Os topônimos foram inseridos na música para constituírem uma sonoridade harmônica na composição, de modo a agradar aos ouvidos do ouvinte, com o intuito, numa análise mais apurada, de charmar-lhe a atenção para o que cada nome/corpus, no conjunto da obra, significa subjetivamente e objetivamente, trazendo em si, uma carga ideológica que se quer transmitir por parte do autor e sua crítica perante ao mundo que o cerca, sua realidade.

O triângulo: letrista, Aldir Blanc (1946 (Rio de Janeiro) ), músico, Maurício Tapajós (1943 (Rio de Janeiro) -1995 (Rio de Janeiro) ) e intérprete, Elis Regina ( 1945(Porto Alegre) – 1982 (São Paulo) ), dá à canção “Querelas do Brasil”, composta em 1980, uma beleza artística única e magnânima na maneira de se criticar a realidade com relação ao contexto histórico social, político, econômico e cultural vividos por eles, no período da ditadura militar no Brasil, período este em que a censura imperava e a liberdade de expressão de qualquer cidadão brasileiro era reprimida duramente, com torturas, exílio e morte; o fato dos três (letrista, músico e intérprete) serem amigos e serem integrantes de uma mesma realidade faz com que cada palavra, cada som e interpretação tragam uma carga sentimental, ideológica, crítica e persuasiva no momento de apresentação da canção.

Em 1980, o Brasil era governado por um governo militar, eleito de forma indireta, o então General João Baptista de Oliveira Figueiredo (1918 (Rio de Janeiro) ), o último presidente militar do Brasil , seu governo foi de 1979 à 1985; em 1979, o presidente assinou a Lei da Anistia, permitindo o retorno de exilados políticos ao Brasil, iniciando-se uma pequena abertura no regime ditatorial imposto por décadas ao povo, porém, muitos eram, ainda, os desaparecimentos de pessoas que não concordavam com este regime, muitos eram, ainda, tortutados e mortos; o presidente antecessor foi o General Ernesto Geisel, que governou o Brasil de 1974 à 1979, este governo financiou a vinda de muitas multinacionais ao país, em detrimento das empresas brasileiras e, com isso, agravou-se a dívida externa do Brasil, trazendo à decada de oitenta uma grave crise econômica ao país, num período de recessão, desemprego, greves (a conhecida, mundialmente, Greve dos Metalúrgicos no ABC paulista), censuras das mais variadas formas de expressão do ser humano e, como não poderia deixar de citar, a censura nas letras de músicas, onde os compositores, para protestar e tentar burlar esta, trocavam as palavras na música, deixando-as sem sentido, “sem pé nem cabeça”, para mostrar que naquele momento tal censura se fazia / havia ocorrido.

“Querelas do Brasil” são queixas do país Brasil, queixas do povo brasileiro que não concorda com o seu papel de “oprimido” e que vê suas riquezas sendo desvalorizadas aqui e sendo levadas embora para o exterior, principalmente para os Estados Unidos da América, dentro de uma ideologia imperialista, de controle e manipulação do país considerado subdesenvolvido; na canção, o Brasil pede socorro ao seu povo e exalta sua natureza, sua cultura, remetendo-se aos vocábulos de origem tupi, que são em maioria na letra e, também, a exaltação aos grandea artistas brasileiros: Mario de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Heitor Villa- Lobos (bachianas) e Tom Jobim.

No primeiro verso da canção temos o topônimos: Brazil e Brasil (sendo também diferenciado na interpretação da intérprete para marcar a diferenciação de sentido e crítica ao povo que valoriza o que vem de fora sem se dar conta de suas riquezas).
Brazil: nome do país, forma como a palavra é escrita em inglês, a língua universal (imperialista);
Brasil: nome do país, em português:
Substantivo masculino;
'Pau-brasil';
'A cor do pau-brasil'; 'encarnado, vermelho';
'Tintura fabricada com a madeira do pau-brasil, usada em tinturaria e pintura, e também, para dar o vermelho das miniaturas e luminuras dos manuscritos;'
'Indígena do Brasil';
'O natural ou habitante do Brasil'.

“O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
Tapir, jabuti, liana, alamanda, ali alaúde
Piau, ururau, aqui ataúde
Piá-carioca, porecramecrã
Jobim akarone Jobim-açu
Uou, uou, uou”

Nesta estrofe, tem-se uma queixa, um apelo do país Brasil ao povo do Brasil que valoriza o que vem fora, de outros países, adota o que é imposto, sem questionamento e sem nunca ter ido para fora do Brasil, sendo envolvido em uma ideologia alheia, que não faz parte de sua realidade; há uma exaltação da flora: os topônimos liana (trepadeira lenhosa, comum em florestas tropicais, abundante no Brasil, do francês liane ), alamanda (trepadeira e arbusto lenhoso, podendo ser tóxico, abundante no Brasil; nome dado em homengem ao físico e naturalista Jean N. Allamand (1787)), e da fauna: os topônimos: tapir, jabuti, piau, uruau, palavras de origem tupi que remetem ao passado indígena, genuíno, antes da chegada do europeu e da colonização de exploração ocorrida, com o extermínio de milhares de índios e com eles a cultura existente na época; o topônimo porecramcrã é de origem indígena, mas não tupi, e se refere um povo indígena extinto, da família lingüística timbira, tronco macro-jê, que habitava as margens do rio Tocantins (MA e TO).

Alaúde: [ Do árabe al-awd, 'madeira'; alaúde]. S.m.
1. 'Antigo instrumento de cordas, de origem oriental, com a caixa de ressonância sensivelmente abaulada, sem costilhas e em forma de meia pêra, e coma pá do cravelhame i nclinada, formando ângulo quase reto com o braço longo';
2. 'Escaler da nau';
3. 'Pequena embarcação usada no Algarve (Portugal)'.

Ataúde: [ Do árabe at- tabut, 'arca', 'tumba', 'esquife', < hebraico tevah < egípcio. ]. S.m.
1. 'Caixão';
2. 'Sepúlcro'.

Enquanto os portugueses se lançavam ao mar em busca de grandes conquistas e festejavam quando encontravam novas terras para colonizarem, aqui, no Brasil, na época da colonização, os índios, antigos habitantes da terra, eram dizimados por causa de interesses políticos e mercantilistas e remetendo-se aos anos 80 e à atualidade, a extinção da fauna e da flora, noossas grandes riquezas; daí as expressções: “...ali alaúde... aqui ataúde”.

Piá : 'menino', em tupi ; carioca: casa do branco, em tupi; o natural ou habitante da cidade do Rio de Janeiro.

Piá-carioca: gíria comum na cidade do Rio de Janeiro, expressão que significa: 'menino do Rio de Janeiro'/ 'menino carioca'

Sendo o letrista e o músico, de “Querelas do Brasil”, nascidos no Rio de Janeiro, há uma exaltação ao local de origem destes, cuja cidade do Rio de Janeiro é conhecida mundialmente por suas belas paisagens e riquezas naturais.

Jobim akarone Jobim-açu: Jobim refere-se ao grande maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, Tom Jobim (1927-8 (Rio de Janeiro) – 1994 (Nova Iorque/EUA)) , que sempre exaltou, em suas belíssimas canções, as riquezas naturais do Brasil, especificamente as do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu e viveu (quase toda a sua vida), era um grande conhecedor de nossa fauna, gostava principalmente de estudar os pássaros; Açu: 'grande', em tupi. Uma homenagem ao grande músico brasileiro, 'nosso patrimônio artístico, musical e cultural'.
Akarore/Akarone – não tem definição em dicionários, talvez seja uma palavra inventada, para dar 'um toque, uma impressão indígena' e para dar harmonia, sonoridade na letra da canção.


“Pererê, camará, tororó, olerê
Piriri, ratatá, karatê, olará”

Pererê: pode ser que tenha origem em periricar, origem tupi: 'pular, saltitar, pular de um lado para o outro'; ou, pode ser que faça referência à entidade mitológica brasileira: 'saci-pererê', negrinho que pula com uma perna só; ambos podem significar 'pular, saltar'.

Camará: 'arbusto ornamental', origem tupi; 'azeitona -do-mato'

Tororó: 'corrente fluvial forte e ruidosa', origem tupi; gíria: 'conversa fiada'

Piriri: 'arbusto' muito difundido no Brasil, origem tupi; 'diarréia'.

Ratatá: pode ser referência à Ratantã: 'rufar de tambores'.

Karatê: [Do japonês karate]. Sm. 'método de ataque e defesa pessoal difundido pelos japoneses, e que se funda na educação da vontade e num apurado treinamento físico'. [ Segundo alguns, originou-se na China, mas foi em Okinawa (Japão), ondehavia uma forma de combate semelhante baseada em golpes de mãos e pés, que se aperfeiçoou.[Cf. caratê].

Talvez esta estrofe tenha o sentido do povo não ficar parado como um arbusto, um aspone, , não deixar as coisas acontecerem passivamente e sim, o povo ser atuante, “botar a boca no trombone” e fazer acontecer; não deixar que os ditadores que estão no poder continuem comandando, lutar pela liberdade e pela mudança de situação, dentro de um contexto social dos anos 80 (oitenta).

“ O Brazil não merece o Brasil
O Brazil tá matando o Brasil “

Nesta estrofe, há um lamento, onde o mundo não merece o Brasil, pois o mundo deixa que a vida se extigüa, que os sonhos, a liberdade, a esperança e os ideais morram, assim como, os mortos na ditadura militar, as populações indígenas dizimadas e o povo sem sua liberdade de expressão e ação e, também, a extinção de nossas riquezas naturais. O imperialismo só se preocupa com o seu domínio no mundo e com suas conquistas, não merecendo as riquezas que aqui existem.


“Jereba, saci, caandrades
Cunhãs, ariranha, aranha
Sertões, Guimarães, bachianas, água
E Marionaíma, ariraribóis
Na aura das mãos de Jobim-açu
Uou, uou, uou”


Jereba: 'o que se revira', origem tupi.

Saci: origem tupi, 'uma das mais populares entidades fantásticas do Brasil, negrinho de uma só perna, de cachimbo e com barrete vermelho (fonte, este último, de seus poderes mágicos), e que, consoante a crença popular, persegue os viajantes ou lhes arma ciladas pelo caminho'; 'saci-cererê', 'saci-pererê', 'matimpererê', 'martim-pererê', 'matintapereira', 'matintaperereca' e 'matintaperê'.

Caandrades: topônimo criado pelo letrista da canção, em homenagem ao grande poeta brasileiro, Carlos Drummnond de Andrade (1902 (Itabira-MG) – 1987(Rio de Janeiro-RJ) .

Cunhãs: 'mulheres', origem tupi.

Ariranha: 'mamífero carnivoro', conhecido como 'onça d'água', origem tupi.

Aranha: [do latim aranea]; 'inseto'.

Sertões, Guimarães: Sertões, da obra: Grande sertões: veredas (1956), do grande escritor brasileiro, João Guimarães Rosa (1908 (Cordisburgo- MG) - 1967 (Rio de Janeiro-RJ).

Bachianas: 'Bachianas Brasileiras', nove composições de Heitor Villa-Lobos (1887 (Rio de Janeiro) – 1959 (Rio de Janeiro), escritas entre 1930 e 1945, uma fusão do folclore brasileiro com ritmos e formas musicais de várias regiões brasileiras, em especial, o sertanejo com as formas pré-clássicas no estilo de Bach (Johann Sebastian Bach, 1685 (Eisenach/Alemanha) – 1750 (Leipzig / Alemanha)), intencionando construir uma versão brasileira dos Concertos de Brandemburgo; todos os movimentos das Bachianas recebem um título bachiano e outro brasileiro.



Água(s): [do Lat. aqua]s. f.,
'líquido incolor e inodoro, composto de hidrogénio e oxigénio';
'líquido em que a água predomina';
'a parte líquida do globo';
'chuva';
'lustre de diamantes e pérolas';
'qualidade';
'humor';
'suor';
Botânica: árvore da ilha de S. Tomé;
Zoologia; grande sapo da América do Sul;
(no pl.) 'o mar';
(no pl.) 'as ondas';
(no pl.) 'as marés';
(no pl.) 'a urina';
(no pl.) 'o líquido amniano precursor do parto'.
- 'potável: a que se pode beber sem dano para o organismo';
- 'salobra: água imprópria para se beber'.




Marionaíma: topônimo criado pelo letrista da canção, em homenagem ao grande escritor brasileiro, Mário de Andrade '(1893(São Paulo) – 1945 (São Paulo)), e à sua grande obra: Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928).

Ariraribóia / araribóia / ararambóia: 'cobra-arara', com cores que lembram a arara, de origem tupi.

Aura: 'alento'.

Jobim-açu: topônimo criado pelo letrista da canção, em homenagem ao grande maestro Tom Jobim, o 'Grande Jobim'.

Esta estrofe, permite fazerem-se alusões sobre o povo brasileiro que “se vira em qualquer situação”, o “jeitinho brasileiro para tudo” para vencer as dificuldades, sua força; a beleza das mulheres brasileiras e, também, sua força; a valorização da fauna, da flora, da natureza, das águas doces e salgadas que banham o Brasil, sendo todas estas belezas são reverenciadas nas músicas compostas e tocadas pelo Grande Jobim, Tom Jobim, que era exímio pianista; escritores notáveis e suas obras conhecidas mundialmente: Carlos Drummnond de Andrade e sua poesia; Guimarães Rosa e sua obra “Grande Sertão: veredas” (sendo sertão, também, alusão aos vários sertões e gentes do Brasil); Mario de Andrade e sua obra “Macunaíma” ( valorização da cultura indígena, presente nas nossas raízes).

“Jererê, sarará, cururu, olerê
Blablablá, bafafá, sururu, olará”

Jererê / jereré: 'rede para pesca de pequenos peixes, siris, camarões'; origem tupi.

Sarará: 'que tem pelos ruivos; cor arruivada do cabelo muito crespo característico de certos mulatos'; origem tupi.

Cururu: 'sapo', origem tupi.

Blablablá: gíria: 'conversa oca', 'sem conteúdo', 'conversa fiada'.

Bafafá: 'tumulto', 'confusão'.

Sururu: 'revolta'; 'motim'.

Esta estrofe traz a outra raiz do povo brasileiro, a vertente negra, a miscigenação entre branco europeu, o negro e o índio; uma mistura de culturas e a situação dominadora do colonizador sobre o povo colonizado, a revolta e a confusão das ideologias.

“Do Brasil, S.O.S ao Brasil
Do Brasil, S.O.S ao Brasil
Do Brasil, S.O.S ao Brasil”

S.O.S: 'Save Our Souls' (Salvem Nossas Vidas); 'um pedido de socorro'.

Um duplo pedido de socorro do povo do Brasil e do país, das terras do Brasil.
Ambos estão perecendo e precisam encontrar uma resposta em si mesmos.



“Tinhorão, urutu, sucuri
Ujobim, sabiá, bem-te-vi
Cabuçu, Cordovil, Caxambi, olerê
Madureira, Olaria e Bangú, olará
Cascadura, Água Santa, Acari, olerê
Ipanema e Nova Iguaçu, olará”


Tinhorão: 'tajá amargo'; 'erva ornamental'; 'ará', 'tajurá' e 'tajá'; origem tupi.

Urutu:'ofídio'; 'cobra venenosíssima'; origem tupi.

Sucuri:'cobra' que pode chgar à 10,0 m. de comprimento, vive na água, rios e lagoas, alimenta-se de peixes, aves e mamíferos, que engole após triturar-lhes os ossos por compressão muscular; origem tupi.

Ujobim:(topônimo indígena) ref. 'Cajobim', 'espécie de galinha'.

Sabiá: 'espécie de ave'.

Bem-te-vi: o mesmo que pituã (origem tupi), 'triste vida'.

l Cabuçu / Cabussu: bairro da cidade de Nova Iguaçu, localizada na Baixada Fluminense (RJ).

l Bairros da cidade do Rio de Janeiro (RJ):
- Cordovil: zona norte;
- Caxambi/ Cachambi: zona norte;
- Madureira: zona norte;
- Olaria: zona norte;
- Bangu: zona oeste;
- Cascadura: zona norte;
- Água Santa: zona norte;
- Acari: zona norte;
- Ipanema: zona sul.

Espécies da fauna e da flora abundantes são exaltadas, assim como, os bairros da cidade do Rio de Janeiros, na sua maioria da zona norte, locais conhecidos pelo letrista, que nasceu na zona norte.

“Do Brasil, S.O.S ao Brasil
Do Brasil, S.O.S ao Brasil”



Brasileiros, salvem o Brasil!
Façam algo antes que seja tarde!
O povo tem que fazer algo por ele mesmo!
Salvem o Brasil!





Nos nomes pertencentes à letra da música ”Querelas do Brasil” (1980- Aldir Blanc e Maurício Tapajós), duas origens merecem destaque: os topônimos de origem tupi e os topônimos nascidos dos neologismos, criados pelo autor para homenagear uma pessoa ilustre da cultura nacional e sua obras, fazendo alusão à nomeção em homenagem ao herói e aos seus feitos.

Travessura de peixinhos

15 de outubro de 2011

Musicas nos Walkmans substituídas pelos MP3

Os Walkmans já foram o que havia de mais atual no mercado da tecnologia. Quem já ouviu walkman não imaginava que essa “maravilha moderna” ficaria ultrapassada algum dia pela reprodução de musicas digital através dos computadores.

O walkman permitiu que o prazer de ouvir seu som preferido extrapolasse as paredes de casa. É o precursor dos “MP todos” e, quando foi apresentado ao mundo há mais de 30 anos, a sensação de ouvir sua música com fones de ouvido em qualquer lugar superava o contratempo de ter que voltar a fita cassete – no próprio aparelho ou com uma clássica caneta – caso quisesse um replay da música. O coordenador do grupo japonês que criou o aparelho apostava na venda inicial de 100.000 unidades. Não chegou nem perto na previsão: cerca de 1,5 milhão walkmans foram comercializados.

Quem diria que essa grande inovação seria ultrapassada pela era dos computadores, com os incríveis recursos de reproduzir suas músicas nos formatos como mp3, mpg, avi e outros formatos digitais que ultrapassam milhões de reproduções no mundo todo, invadindo todos os lugares e pessoas de todas as idades.

O computador proporcionou a reprodução de musicas digitais através dos tocadores de MP3 como os iPods e outros reprodutores de musicas digitais.

Autora Silvia Maria Mantovani